30/11/2021 - O aumento da poluição luminosa e seu risco às tartarugas marinhas ↓
A luz artificial é essencial à vida humana, mas, se mal dirigida, torna-se um problema grave ao meio ambiente, alterando o comportamento de animais silvestres, além de iluminar a atmosfera e nos privar do espetáculo natural que é ver as estrelas. Durante a pandemia do Covid19, com o objetivo de fugir dos grandes centros urbanos e de aglomerações, ocorreu um aumento significativo do uso das casas de praia, o que consequentemente aumentou a intensidade de luz nas praias de desova das tartarugas marinhas.
Os filhotes de tartaruga marinha saem do ninho a noite para fugir do sol e de predadores. Em seguida, correm em direção ao mar orientados pela luminosidade que ele reflete em condições naturais. Por isso, a iluminação artificial se tornou uma das principais ameaças ao ciclo de vida das tartarugas marinhas. Além de espantar as fêmeas que iriam desovar, desorienta os filhotes e impede que eles cheguem ao mar. Assim, as tartaruguinhas morrem por desidratação ou são devoradas por predadores.
Ao olhar para o céu estrelado, o nosso maior desejo é que as praias continuem escuras para que as tartarugas possam cumprir uma das partes mais importantes do seu ciclo de vida, que há milhares de anos acontecem nas praias do Brasil e é fundamental para a sobrevivência delas.
A ótima notícia é que você pode não só compartilhar o mesmo desejo, mas também ajudar a realizá-lo. Por exemplo, troque as lâmpadas de alta potência por lâmpadas de baixa potência, de preferência, as que emitem luz amarela, laranja ou até vermelha; utilize luminárias embutidas ou com anteparo que consiga direcionar para que a incidência de luz não seja sobre a praia.
A Fundação Projeto Tamar, preocupada com o aumento da iluminação artificial nas praias criou a Cartilha de Fotopoluição, que orienta os proprietários de residências, empreendedores e comerciantes sobre a importância do litoral para a proteção das tartarugas marinhas e contém toda legislação vigente e melhores práticas para a minimizar os impactos gerados. O material pode servir como base para qualquer região do Brasil que queira implantar projetos de iluminação de forma consciente e sem prejudicar os animais. Além disso, você também pode se informar mais sobre a portaria do Governo Federal/IBAMA (nº 11/1985) que proíbe toda e qualquer fonte de iluminação que ocasione intensidade luminosa numa faixa determinada das praias.
Contamos com você, juntos teremos noites cheias de estrelas e um mar cheio de filhotes.
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