26/09/2019 - Os biólogos esperam a chegada do filhote 40 milhões ↓
Em setembro, mais uma estação reprodutiva de tartarugas marinhas iniciou no Brasil, com a chegada das primeiras fêmeas às praias do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. As regiões Nordeste e Sudeste abrigam importantes áreas de desova de cinco espécies de tartarugas marinhas, todas elas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
Dados iniciais sugerem que esta temporada será promissora em relação ao número de ninhos nas praias continentais brasileiras, principalmente para a tartaruga-oliva. Desde agosto, estão sendo registrados inúmeros ninhos desta espécie no litoral sergipano e no extremo norte baiano. Ocorrências de tartaruga-cabeçuda também já foram observadas nestes estados desde o início da temporada.
No Rio Grande do Norte, a tartaruga-de-pente, principal espécie a utilizar esta região, começa a desovar em novembro. Já as ilhas de Fernando de Noronha e Trindade são utilizadas pela tartaruga-verde, que inicia seu período de postura em janeiro. No estado do Espírito Santo, única área com registros regulares de desova da tartaruga-de-couro, a atividade das fêmeas é observada a partir de outubro.
Para realizar as inúmeras atividades de pesquisa, conservação, educação ambiental e integração com a comunidade, o Projeto Tamar conta com uma ampla e valiosa equipe. O time é composto por 52 pesquisadores, 105 estagiários e trainees, além de 59 tartarugueiros e agentes locais, que já estão dedicados exclusivamente ao monitoramento das praias para garantir a proteção das fêmeas, ninhos e filhotes.
Além da coleta regular de dados, as bases da Bahia e Sergipe, que registram altos índices de destruição de ninhos por raposas (também conhecidas como cachorro-do-mato), irão servir de campo de pesquisa para o projeto de doutorado da pesquisadora da Universidade Federal da Bahia Adriana Jardim, intitulado “Predação de ovos de tartaruga marinha por cachorro-do-mato (Cerdocyonthous thous): análise do processo sob a perspectiva da paisagem e do predador”. A expectativa é desvendar aspectos importantes da biologia e ecologia deste tipo de animal, e propor medidas para a proteção dos ninhos de tartarugas.
No Espírito Santo, as bases do Tamar também estarão empenhadas em diminuir as perdas de ninhos por predadores naturais, como raposas e guaxinins mão-pelada, e as perdas por ação da maré. As praias próximas à foz do Rio Doce mudam de forma muito rápida por causa das variações do mar, que associadas às condições climáticas de vento e chuva podem causar a perda de uma quantidade significativa de ninhos.
Na base de Pipa (RN), o projeto de pesquisa “Telemetria satelital das tartarugas-de-pente do Rio Grande do Norte”, iniciado em 2015, seguirá em andamento com a instalação dos últimos sete transmissores. Esse estudo é uma condicionante do CGPEG/IBAMA para atividades de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte e no Ceará, com suporte das empresas PGS e Spectrum.
A base de Fernando de Noronha iniciará, em janeiro, o projeto que tem como título a pergunta: “Como estratégias de reprodução podem amenizar os impactos das mudanças climáticas nas tartarugas marinhas?”. Este estudo é desenvolvido em parceria com a Florida State University, através da pesquisadora doutora Mariana Fuentes.
Ações do programa “Nossa Praia é a Vida” também continuarão em desenvolvimento ao longo desta temporada. Este programa, através de atividades de sensibilização e educação ambiental, busca transformar os usuários das praias (moradores, turistas, pescadores, comerciantes, entre outros) em agentes multiplicadores da conservação das tartarugas marinhas.
Sobre o Tamar
O Projeto Tamar iniciou suas atividades em 1980 com a desafiadora missão de promover a recuperação das tartarugas marinhas no Brasil, desenvolvendo ações de pesquisa, conservação e inclusão social. Para isso, o Projeto atua diretamente no desenvolvimento de ações de monitoramento a longo prazo, na implementação de medidas de manejo das principais ameaças que impactam no ciclo de vida das tartarugas marinhas, tais como o desenvolvimento costeiro, a captura incidental na pesca e a poluição dos oceanos.
Comprometido e guiado por sua missão de proteger as tartarugas marinhas, o Projeto Tamar segue firme seu compromisso, amparado por uma rede integrada de pessoas dedicadas a fazer desta temporada um grande sucesso.
A Petrobras é a patrocinadora oficial do Projeto Tamar-Fundação Pró-Tamar, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A Fundação Pró-Tamar executa a maior parte das ações do Plano Nacional de Ação (PAN) para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA.
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