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Temporada de reprodução de tartarugas marinhas no Brasil requer atenção nas praias e no mar

03/02/2019 - Tartarugas marinhas seguem se reproduzindo em nossas praias até março, no continente, e até julho, nas ilhas oceânicas. Leia mais. ↓

Temporada de reprodução de tartarugas marinhas no Brasil requer atenção nas praias e no mar

Coleta de dados biométricos em tartaruga-cabeçuda

As tartarugas marinhas estão desovando desde setembro, quando o Projeto Tamar intensifica o esforço de monitoramento nas praias prioritárias de reprodução no Brasil, ou seja, onde tem mais ninhos de tartarugas. Do norte do Rio Grande do Norte até o norte do Rio de Janeiro, os filhotinhos começaram a nascer em novembro e continuam até abril. Nas ilhas oceânicas, os filhotes começam a nascer em fevereiro. Em todas as praias onde o Tamar está, seguem coletas de dados para pesquisas, e os programas de sensibilização, educação ambiental e valorização cultural com os moradores locais, usuários de praias e visitantes.

Cinco espécies no Brasil
Até março, a tartaruga-cabeçuda ainda desova no Espírito Santo, na Bahia, em Sergipe e no litoral norte do Rio de Janeiro. Das cinco espécies a que mais desova no país, a tartaruga-cabeçuda faz mais de 8.200 ninhos por ano.

Uma particularidade da espécie tartaruga-oliva, que vem sendo observada desde a temporada anterior, é a continuidade de desovas praticamente o ano todo, desde o sul de Alagoas, passando por Sergipe, até o litoral norte da Bahia. [Veja matéria no Jornal Hoje].

As tartarugas-de-pente chegam a partir de novembro no Rio Grande do Norte e na Bahia, e seguem desovando até março e abril. O Tamar protege aproximadamente 2.200 ninhos dessa espécie por temporada no país.

As tartarugas-de-couro ou gigantes estão fazendo seus ninhos desde outubro/2018 no Espírito Santo, único local no Brasil em que esta espécie desova regularmente. Com a menor população entre as tartarugas marinhas no país, as gigantes fazem cerca de 120 ninhos por ano.

Nas ilhas de Fernando de Noronha e Trindade a tartaruga-verde chega um pouco mais tarde que as outras espécies, em dezembro. No Brasil, essa espécie desova quase exclusivamente nas ilhas oceânicas de Trindade/ES, Atol das Rocas/RN e Fernando de Noronha/PE. Existem algumas desovas ao longo do litoral, principalmente no norte baiano. No total, são cerca de 4.800 ninhos protegidos por ano.

Conhecimento X Ameaças
De acordo com a coordenadora de conservação e pesquisa do Tamar, Neca Marcovaldi, desde sua criação, o Tamar prioriza pesquisas que tentam resolver aspectos práticos para a proteção das tartarugas. Estudos de longo prazo contam com mais de 36 anos de coleta de dados padronizada, armazenada em um sistema de informação integrado. O acúmulo de conhecimento permite realizar análises para adoção das estratégias de conservação mais adequadas às diferentes regiões e ameaças.

Redes de pesca, anzóis, degradação de áreas de desova, luzes artificiais e a poluição dos oceanos, além das mudanças climáticas, são as principais ameaças às tartarugas e podem interromper a chance de recuperação das cinco espécies que ocorrem no país.

Na praia
No verão, quando as tartarugas estão em plena reprodução, aumenta a quantidade de pessoas nas praias e junto ao crescimento de áreas urbanas e da implantação de empreendimentos turísticos no litoral causam impactos às condições naturais das áreas de desova de tartarugas marinhas. As atividades humanas provocam impactos em todos os estágios do ciclo de vida das tartarugas marinhas, desde a perda de áreas de desova e dos habitats até a mortalidade na costa, por redes, e em alto-mar, pela atividade industrial. 

No mar
A captura incidental na pesca é considerada atualmente a principal ameaça às populações de tartarugas marinhas. No Brasil, assim como no resto do mundo, a pesca do arrasto do camarão e com espinhéis em alto mar são dois dos principais tipos que interagem com as tartarugas. Por isso, o Tamar desenvolve programa específico que inclui educação ambiental e orientação aos pescadores, além de desenvolver novos recursos e petrechos de pesca que possam minimizar os efeitos da pesca sobre as populações e reduzir os índices de capturas. Saiba mais sobre o anzol circular.

O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. A Petrobras é a patrocinadora oficial do TAMAR, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A Fundação Pró-TAMAR é a principal executora das ações do PAN - Plano Nacional de Ação para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA. O TAMAR trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 26 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Visite www.tamar.org.br

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