19/01/2019 - A pesquisa que rastreia tartaruguinhas com pequenos transmissores por satélite vai integrar uma rede internacional de dados sobre animais. Leia mais. ↓
A pesquisa que rastreia tartaruguinhas com pequenos transmissores por satélite, desenvolvida desde 2012 pelo TAMAR em cooperação com a Universidade Central da Flórida (UCF), nos Estados Unidos, vai integrar uma rede internacional de dados sobre animais. Informações sobre o movimento dos animais são importantes para o campo da ecologia do movimento e para enfrentar os desafios ambientais, como mudanças no uso do solo e do clima, perda de biodiversidade, espécies invasoras e doenças infecciosas.
Avanços em tecnologias para rastrear o movimento de animais permitem aos pesquisadores coletar quantidades cada vez maiores de dados de movimentação de animais. No entanto, trabalhar com esses grandes conjuntos de dados continua sendo um desafio, e muitos existem apenas em computadores pessoais e não são catalogados ou arquivados profissionalmente. As informações são do projeto Movebank, que começou em 2007 e foi projetado para ajudar os pesquisadores a usar de maneira eficaz os dados coletados sobre o movimento de animais e apoiar o arquivamento público permanente desses dados.
Tartaruguinhas por satélite: Anos Perdidos
Desvendar o comportamento migratório de tartarugas marinhas em estágio inicial de vida é o objetivo de uma das pesquisas em andamento no TAMAR desde 2012. Em parceria com a UCF, sob a coordenação da pesquisadora Kate Mansfield, e com apoio do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), o estudo indica alguns aspectos sobre o comportamento de duas espécies ameaçadas de extinção que desovam no litoral brasileiro, tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata).
Tartaruguinha de pente (foto1) e tartaruguinha cabeçuda (foto2) com transmissores.
As primeiras tartaruguinhas cabeçudas foram para o mar em novembro de 2012, a 10 km da costa da Praia do Forte, na Bahia. Depois, em abril, julho e novembro de 2013, aconteceram mais solturas totalizando 15 animais monitorados por satélite. Em março de 2015, cinco da espécie tartaruga-de-pente também foram liberados com transmissores.
Apesar de décadas de estudo, pouco se sabe sobre os estágios iniciais de vida das tartarugas marinhas em águas oceânicas, período nomeado pelos pesquisadores como “Anos Perdidos”. Saber para onde elas vão e identificar as áreas desenvolvimento é fundamental para a conservação.
O estudo rendeu um artigo científico “First satellite tracks of South Atlantic sea turtle ‘lost years’: seasonal variation in trans-equatorial movement”, publicado no The Royal Society Publishing, que apresenta os primeiros resultados da pesquisa.
Leia mais sobre a pesquisa com as tartaruguinhas:
Parceria com pesquisadores americanos promove nova etapa de estudo com tartaruguinhas
e
Em busca dos Anos Perdidos
Icarus
Os dados coletados pelo projeto, batizado de Icarus (sigla de International Cooperation for Animal Research Using Space) e liderado pelo Instituto Max Planck de Ornitologia, em parceria com a agência espacial russa (Roscosmos) e o Centro Espacial Alemão (DLR), estão previstos para serem liberados para uso científico agora em janeiro de 2019.
Os menores dispositivos pesam 2,5 gramas, mas os pesquisadores pretendem diminuir ainda mais o peso e o tamanho deles de forma que seja possível implantá-los em abelhas e gafanhotos, por exemplo.
O ideal é que os dispositivos ligados aos animais não tenham peso superior a 3% da massa corporal deles, de modo a não afetar seu comportamento natural. As informações obtidas por meio do projeto permitirão compreender a história de vida dos animais de forma muito melhor, e muito mais.
Leia mais sobre o projeto Internet dos Animais no link original no site da FAPESP:
http://agencia.fapesp.br/internet-dos-animais-entrara-em-operacao-em-2019/29317/
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