15/12/2017 - Pesquisas científicas e tecnológicas, desenvolvimento sustentável e conservação. Leia mais. ↓
Foi realizado entre os dias 27 de novembro e 01 de dezembro, na cidade de Arica, no litoral norte do Chile, o VI Simpósio Regional sobre Tartarugas Marinhas do Pacífico Sul Oriental. O evento foi organizado pela Universidade Arturo Prat, o Grupo Nacional de Trabalho de Tartarugas Marinhas do Chile e o Grupo de Trabalho Regional de Tartarugas Marinhas de Arica, liderado pela Subsecretaria de Pescas e Aquicultura, reunindo pesquisadores, profissionais e estudantes de diferentes países, como Chile, Peru, Equador, Colômbia, Brasil, Panamá e Estados Unidos.
O principal objetivo deste encontro foi disseminar conhecimento e divulgar os resultados das diferentes pesquisas científicas e tecnológicas relacionadas às tartarugas marinhas, de forma a promover o desenvolvimento econômico, social e cultural sustentável e estimular a conservação no Pacífico Oriental.
Foram apresentados trabalhos nas áreas de Ameaças, Conservação, Educação Ambiental, Políticas Públicas, Biologia, Ecologia e Veterinária pelos pesquisadores participantes do evento. O TAMAR foi convidado para ministrar duas palestras: “Envolvimento Comunitário e Pesca”; pelo analista ambiental do Centro Tamar/ICMBio César Coelho e, “Telemetria Satelital em Tartarugas Marinhas” com estudo de caso em Lepidochelys olivacea, pelo analista ambiental do Centro Tamar/ICMBio Erik dos Santos. Também houve exposição de painel com tema “Estratégia de proteção de ninhos de tartarugas marinhas contra predação por raposas (Cerdocyon thous) nas praias do litoral sul de Sergipe, Brasil”, pela bióloga Ana Carolina Corrêa, do TAMAR Abaís/Sergipe. A veterinária do TAMAR Florianópolis Daphne Wrobel ministrou um mini-curso teórico e prático em reabilitação e necrópsia para tartarugas, dando início ao evento.
Houve ainda participação de outros convidados, a exemplo do pesquisador Jack Frazier, que realizou três apresentações intituladas: “A Educação Ambiental é Educação?”; “Tartarugas ao Tempo” e “Conversação ou Conservação”. Além da apresentação das doutoras Mariela Pajuelo e Patrícia Zaraté sobre “Uso de Isótopos Estáveis em Ecologia de Tartarugas Marinhas”. Outro pesquisador, George Shillinger, falou sobre o desenvolvimento de uma ferramenta de gerenciamento dinâmico para auxiliar na redução da captura incidental da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no Pacífico Oriental. Outra abordagem foi de Alejandro Fallabrino, representante do Karumbé, sobre os “Novos desafios da Conservação”, avaliando os aspectos de relacionamento entre países de uma mesma região como a ASO (Alântico Sul Ocidental) , que envolve Brasil, Uruguai e Argentina.
Para finalizar, o pesquisador Bryan Wallace abordou o tema “Estado Atual de Ameaças das Tartarugas Marinhas e Oportunidades para a Conservação no Oceano Pacífico Oriental” e introduziu a realização da Mesa Redonda sobre “Tartaruga Negra, Chelonia mydas agassizzi, no Pacífico Oriental”.
“As trocas de experiências são de grande importância para a conservação das tartarugas marinhas. Principalmente quando compartilhadas por países cujos mares territoriais são utilizados por grupos similares de tartarugas marinhas ao longo dos seus diferentes estágios de vida, já que as tartarugas são animais altamente migradores”, comenta César Coelho.
Outro ponto positivo das discussões foi a participação de entidades governamentais e não governamentais do Chile nas atividades de proteção das tartarugas marinhas. Instituições do Chile, orientadas pela equipe do TORTUMAR, vinculadas à Universidade Arturo Prat, vêm trabalhando para criação de uma Unidade de Conservação Marinha de La Puntilla em Arica/Chile, com objetivo de proteção de uma área de alimentação das Chelonia mydas agassizii (Tartaruga Negra), proposta apresentada pelos pesquisadores e coordenadores do evento, Paula Salinas e Dario Contreras. Após o Simpósio, foi realizado uma visita à futura Unidade de Conservação de Las Puntilla; para observar na área a presença e o movimento das tartarugas se alimentando das algas, bem como o uso da área para outras atividades antrópicas.
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