30/07/2017 - O estado abriga a maior densidade de ninhos da espécie no Atlântico Sul. Leia mais. ↓
Na temporada de reprodução das tartarugas marinhas 2016/2017, os pesquisadores registraram o recorde de 961 ninhos de tartaruga-de-pente no Rio Grande do Norte, com a estimativa de 81.700 filhotes que nasceram e foram para o mar. O litoral potiguar abriga a maior densidade de ninhos dessa espécie em todo o Atlântico Sul. O TAMAR monitora desde o ano 2000, praias de cinco municípios em 42 quilômetros: Natal/Parnamirim (Barreira do Inferno), Senador Georgino Avelino (Malembá), Tibau do Sul (Pipa e Sibaúma), Canguaretama (Barra do Cunhaú) e Baía Formosa.
Diferente de outras áreas de desova de tartarugas marinhas no Brasil, que recebem visitas de fêmeas de setembro a março, no Rio Grande do Norte, as tartarugas começam a desovar um pouco mais tarde, entre novembro e maio. "Os números reforçam a importância do litoral sul do RN para a recuperação e manutenção de um importante patrimônio genético que ocorre em nosso país", diz o coordenador do TAMAR no RN, Armando Barsante. Das desovas protegidas no estado, 98% são de tartaruga-de-pente, espécie Criticamente Ameaçada, que enfrenta perigos como a predação animal dos ninhos (principalmente por raposas), o tráfego de veículos nas praias, a erosão costeira e o desenvolvimento costeiro desordenado.
O TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o Projeto é uma soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
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