30/11/2016 - Ajude a proteger. Leia mais. ↓
As atividades humanas provocam impactos em todos os estágios do ciclo de vida das tartarugas marinhas, desde a perda de áreas de desova e dos habitats até a mortalidade na costa, por redes, e em alto-mar, pela atividade industrial. Redes de pesca, anzóis, degradação de áreas de desova, fotopoluição e a poluição dos oceanos, além das mudanças climáticas, são os principais inimigos das tartarugas e podem interromper a chance de recuperação das cinco espécies que ocorrem no nosso país. No verão, quando as tartarugas estão em plena reprodução, aumenta a quantidade de pessoas nas praias e junto ao crescimento de áreas urbanas e da implantação de empreendimentos turísticos no litoral causam impactos às condições naturais das áreas de desova ou de alimentação de tartarugas marinhas.
Captura incidental na pesca
A modernização e a intesificação da atividade pesqueira nas últimas décadas, além de pressionar os ecossistemas marinhos, têm gerado altas taxas de captura incidental de tartarugas marinhas, principalmente por redes de emalhe, espinhéis pelágicos (longline) e redes de arrasto para peixes e camarão. Sem poder subir à superfície para respirar, as tartarugas acabam desmaiando e morrendo afogadas. A pesca artesanal, tradicional em algumas regiões do país, como em Ubatuba-SP, também captura tartarugas incidentalmente.
Desde 1990, o TAMAR trabalha em áreas onde a captura incidental de tartarugas nas pescarias costeiras é elevada. O Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca foi criado em 2001 pelo TAMAR para diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela atividade pesqueira, tanto em águas costeiras como oceânicas. Entre as ações do programa estão a coleta de informações e a pesquisa sobre artes e petrechos com o objetivo de propor alternativas, como a substituição de determinadas técnicas e equipamentos por outros que diminuam a incidência e mortalidade nas capturas.
Iluminação artificial ou fotopoluição
A incidência de luz artificial nas praias, resultado da expansão urbana sobre o litoral, prejudica fêmeas e filhotes. As fêmeas deixam de desovar, evitando o litoral, se a praia está iluminada inadequadamente. Os filhotes, por sua vez, ficam desorientados: ao invés de seguir para o mar, guiados pela luz do horizonte, caminham para o continente, atraídos pela iluminação artificial - e fatalmente são atropelados, devorados por predadores como cães e raposas, ou morrem de desidratação.
O TAMAR conseguiu aprovar leis que impedem a instalação de novos pontos de luz em áreas de desova e faz campanhas permanentes para substituição, nessas áreas, das luminárias convencionais por outras, especialmente desenhadas com a consultoria do Projeto, para que a luz não incida diretamente sobre a praia. Orientações básicas sobre iluminação nas praias - veja o que pode ser feito para iluminar a orla de forma adequada, sem prejudicar as tartarugas marinhas.
Poluição
A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos, como petróleo, lixo e esgoto, interfere na alimentação e locomoção e prejudica o ciclo de vida das tartarugas marinhas. É uma das principais ameaças, pois degradam o ambiente marinho como um todo. A ingestão de plástico e outros resíduos está relacionada aos hábitos alimentares das tartarugas marinhas. As espécies que não perseguem suas presas, como a tartaruga-verde (Chelonia mydas), estão mais sujeitas ao problema. A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), que se alimenta principalmente de águas-vivas, também é um alvo fácil. Restos de redes e linhas de pesca abandonados no mar também são perigosos, pois permanecem no ambiente, matam indiscriminadamente e desnecessariamente não só as tartarugas marinhas como outros animais.
O TAMAR realiza um trabalho de sensibilização e educação ambiental nos seus Museus, que convida todas as pessoas a fazerem a parte que lhes cabe para contribuir com a saúde dos oceanos. Viste o TAMAR mais próximo de você e saiba mais!
Trânsito de veículos
O trânsito de veículos nas praias de desova, incluindo quadriciclos, além de ser uma ameaça aos banhistas, pode compactar os ninhos das tartarugas, atropelar os filhotes e ainda afugentar as fêmeas durante a desova. Não é legal veículos motorizados na praia (Portaria n° 10, 30 de janeiro de 1995, IBAMA). Consulte as leis de trânsito de seu Estado para saber mais.
Mudanças climáticas
As tartarugas marinhas conviveram com os dinossauros e conseguiram sobreviver a todas as mudanças que ocorreram no planeta. Já enfrentaram climas muito mais quentes e também mais frios que os atuais. Muito sensíveis a mudanças na temperatura, são consideradas sentinelas para avaliação da qualidade do ambiente e das transformações no clima. Pesquisar e entender como as mudanças climáticas podem impactar no ciclo de vida desses animais ameaçados de extinção é tema relevante para a ciência atualmente. Saiba mais.
Ameaças naturais
De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a maturidade. São inúmeros os obstáculos que enfrentam para sobreviver, mesmo quando se tornam juvenis e adultos. Muito mais que os predadores naturais, as ações humanas estão entre as principais ameaças às populações de tartarugas marinhas em todo o mundo.
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