04/09/2015 - Importante área de alimentação, descanso e corredor migratório de todas as espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil. Leia mais. ↓
O litoral do Ceará é uma importante área de alimentação, descanso e corredor migratório de todas as espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil. O TAMAR está na Praia de Almofala e na Praia da Volta do Rio, dois pontos de índices consideráveis de captura de tartarugas em currais de pesca. Das diversas atividades de Educação Ambiental e Envolvimento Comunitário que os pesquisadores realizam, uma ganhou recentemente destaque na região: a peça de teatro Nem Tudo que Cai na Rede É Peixe.
A estreia foi no dia do pescador (29/06), em Almofala, e daí em diante, sempre se apresentando em locais públicos, como no desembarque de pescado no porto, nas escolas e em mercados, os pescadores parceiros do TAMAR junto com os pesquisadores encenam uma peça teatral para alertar sobre como proteger as tartarugas que ficam presas às redes de pesca.
A montagem conta a história de um pescador que captura em sua rede uma aruanã (como chamam na região a tartaruga-verde (Chelonia mydas)) e busca a ajuda do TAMAR para saber o que fazer com ela. Recebe então todas as informações sobre os procedimentos que podem realizar para salvá-la. "O sucesso foi total e já foram seis apresentações desde então com muitos aplausos para os atores iniciantes, que estão muito felizes e empenhados em passar a mensagem da conservação das tartarugas marinhas para o público", conta o coordenador do TAMAR CE, Eduardo Lima. O trabalho segue em paralelo com exposições de painéis sobre a biologia das tartarugas e palestras, exibição de vídeos sobre a pesca responsável, cafés da manhã para pescadores e participação no dia a dia da pesca das comunidades.
Nem Tudo que Cai na Rede É Peixe – É o programa que envolve um trabalho intensivo de valorização e orientação aos pescadores, informando sobre a importância da sua participação para a conservação das tartarugas, animais que passam 90% de seu ciclo de vida no mar. Equipes do TAMAR fazem palestras sobre impactos das redes e da poluição; sobre porque e como reabilitar as tartarugas afogadas; legislação e dados das temporadas reprodutivas e o que ocorre em área de alimentação, entre outros assuntos de interesse das comunidades pesqueiras. Como resultados, cada vez mais pescadores libertam com vida ou entregam aos pesquisadores tartarugas feridas capturadas incidentalmente para que possam ser cuidadas e prosseguir com seu ciclo de vida.
TAMAR - Criado há 35 anos, o Projeto TAMAR é uma cooperação entre o Centro Tamar/ICMBio e a Fundação Pró-TAMAR. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, seu trabalho socioambiental, desenvolvido com as comunidades costeiras, serve de modelo para outros países. O Projeto TAMAR tem o patrocínio oficial da PETROBRAS, através do programa PETROBRAS Socioambiental, e nos nove estados brasileiros onde atua recebe diversos apoios locais.
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