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Causas e consequências da destruição de ninhos de tartaruga por raposas no litoral de Sergipe

29/04/2015 - Saiba como a ameaça natural é potencializada pelo homem. Leia mais ↓

Causas e consequências da destruição de ninhos de tartaruga por raposas no litoral de Sergipe

Raposas são oportunistas e passam o aprendizado para o grupo

Pesquisadores do Projeto Tamar em Sergipe observaram um aumento na predação por raposas (Cerdocyon thous) dos ninhos de tartarugas marinhas, ainda com causas sendo estudadas. Por isso, passaram a levantar entre as  temporadas 2010/2011 e 2014/2015 dados e a testar algumas hipóteses nas principais praias de desovas. O objetivo é diminuir o impacto dessa ameaça que pode estar sendo potencializada pela destruição de habitat das raposas com o crescimento imobiliário, pela redução na criação de animais domésticos nas casas próximas às praias (galinhas e patos), o aumento do lixo, ou até mesmo pelo possível aumento do número de ninhos na região.

Em 2010/2011 e 2011/2012, bandeirolas de madeira com pano começaram a ser utilizadas em Sergipe. De maneira aleatória, eram colocadas de acordo com o fluxo de desovas ao longo das noites monitoradas, próximas aos ninhos. O movimento realizado pelo vento espantava os animais. Houve uma redução nos ataques aos ninhos, porém, a equipe percebeu que o trabalho deveria ser intensificado para obter maior eficiência. Mesmo com as bandeirolas, os índices de predação desses anos foram considerados altos (2010/2011, 1830 desovas e 578 ninhos predados – 2011/2012, 2281 desovas e 622 ninhos predados em 36 km de praia). Em 2012/2013, foi realizado um projeto piloto na base do Abaís, onde o índice de predação era o maior observado em Sergipe. Nessa temporada, a equipe registrou uma redução de aproximadamente 80% nas predações de ninhos em dois locais escolhidos como áreas de amostragem com o uso das bandeirolas. Na temporada seguinte, foram realizadas algumas adequações e o objetivo do monitoramento continuou a garantir o aumento de ninhos eclodidos com sucesso.

Como explica o coordenador do Tamar em Sergipe, César Coelho, a ameaça das raposas não existe apenas no estado. "Temos relatos de predações desse tipo na Bahia (Sítio do Conde/Mangue Seco e Praia do Forte) e no Rio Grande do Norte (Pipa e Barreira do Inferno). Para Coelho, este é um fato importante de ser investigado e conhecido pela sociedade, pois as transformações causadas pela atividade humana implicam em diversos fatores, desde a descaracterização física das praias até a relação entre os próprios animais, como a alteração do comportamento das espécies habitantes. Os impactos produzidos pelo homem podem alterar significativamente a biodiversidade de um lugar, conta o coordenador, e a responsabilidade em proteger a natureza é de todos nós.

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