30/01/2015 - Estudo da UFBA sobre a dinâmica das ondas do mar pode ajudar a desvendar mistério dos "Anos Perdidos". Leia mais. ↓
Pesquisadores do Projeto Tamar iniciaram em novembro/2014 a colaboração com o Grupo de Oceanografia Tropical da UFBA, através dos professores Guilherme Lessa e Janini Pereira, para monitorar e investigar a sazonalidade da circulação da plataforma e do clima de ondas no litoral norte da Bahia. A região é prioritária para a proteção das desovas de tartarugas marinhas no Brasil e a pesquisa pode gerar importantes informações para a sua conservação. Questões ainda desconhecidas para a ciência sobre o comportamento dos filhotes em relação às correntes marítimas, sobre possíveis efeitos das mudanças climáticas na circulação da água dos oceanos, e consequentemente sobre o comportamento dos animais, poderão começar a ser estudadas.
Os dados hidrodinâmicos estão sendo coletados continuamente por um correntômetro/ondógrafo Dopler adquirido pela UFBA e instalado pela equipe do Tamar a 30 metros de profundidade. Os registros permitem saber a direção, altura e frequência das ondas, além da velocidade e direção das correntes em toda a coluna d'água. Nas análises desses dados os pesquisadores vão relacionar a movimentação da água com as condições meteorológicas, e os resultados poderão trazer maior conhecimento e propostas de melhores práticas para garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas.
O que se denomina "Anos Perdidos" corresponde a um período entre o nascimento e a vida juvenil das tartarugas que os pesquisadores desconhecem. Os filhotes com aproximadamente 10cm de tamanho "somem" após alcançarem o mar e só voltam a ser vistos já juvenis, com cerca de 40cm, mas ainda distantes da fase reprodutiva. Entre as cinco espécies que ocorrem no Brasil os registros mínimos são de 72cm de comprimento de casco para a oliva (Lepidochelys olivacea), que é a menor de todas, e máximos de 178cm para a de-couro (Dermochelys coriacea), a maior de todas. A vida reprodutiva começa aproximadamente aos 30 anos, variando um pouco de uma espécie para outra.
Todos os anos, as praias do litoral norte da Bahia são o ponto de partida de milhares de filhotes, conta Paulo Lara, biólogo do Tamar que coordena a equipe de mergulhadores que coleta os dados e faz a manutenção do aparelho. O quanto as tartaruguinhas são influenciadas pelas correntes marítimas ou o quanto se deslocam por conta própria, para onde vão ou o que fazem neste período ainda são perguntas sem respostas para pesquisadores de todo o mundo.
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