29/10/2013 - Informações ajudam a direcionar atividades de conservação das tartarugas marinhas na região. ↓
Para mapear e avaliar quais pescarias são mais atuantes na área monitorada pelo Projeto Tamar no Ceará, os pesquisadores realizaram um levantamento de pescarias praticadas na região. Nas comunidades Patos, Torrões, Almofala, Sítio Alegre, Guagiru, Farol no município de Itarema e Volta do Rio no município de Acaraú, foram realizadas entrevistas com mais de 300 pescadores. O documento elaborado pela equipe fornece informações para direcionar atividades de conservação das tartarugas, baseando-se na dinâmica e nas características da pesca regional.
Redes de emalhar
Da esq. para dir.: rede de espera (lagosteira ou caçoeirinha) e rede para camurim ou aruaneira.
De superfície, meia água e fundo, utilizadas pela maioria dos pescadores entrevistados, quando colocadas em áreas de ocorrência de tartarugas marinhas, capturam principalmente animais adultos e podem ser fatais. As redes de caçoeira para lagosta ainda são utilizadas em larga escala, apesar de sua utilização estar proibida.
Embarcação motorizada comum para transporte de redes de espera.
Redes para camurim ou aruaneira
Historicamente, as comunidades utilizam a rede para camurim (Centropomus undecimalis) ou 'aruaneira' para a captura de tartarugas marinhas adultas, principalmente tartarugas verdes (Chelonia mydas) ou aruanã, daí a denominação “aruaneira”. Essa pescaria acontece com grande intensidade nos municípios de Itarema e Acaraú.
Anzóis e currais
Da esq. para dir.: anzol "J", anzol circular e curral de pesca.
A pesca com anzóis de tamanhos variados, incluindo o grupo da pescaria de espinhel e os currais de pesca, capturam as tartarugas e não matam os animais imediatamente, mas podem levá-los à morte por outras razões. A substituição dos anzóis comuns tipo "J" pelos anzóis circulares agride menos as tartarugas, pois reduz a captura em cerca de 60% e aumenta as chances de sobrevivência pós-captura.
Outros tipos de pesca como a rede de tarrafa e o manzuá para peixe foram verificados durante o levantamento como capturadores em menor escala de tartarugas marinhas. O coordenador do Tamar no Ceará, Eduardo Lima, explica que a comparação entre dados e especificidades da pesca do presente e do passado permitiu uma maior compreensão sobre o desenvolvimento dessas práticas na região e está ajudando os pesquisadores a propor soluções para combater a mortalidade de tartarugas marinhas.
Saiba mais:
Levantamento das principais artes de pesca utilizadas nas comunidades pesqueiras na área de atuação do Projeto Tamar-ICMBio [PDF]
Projeto TAMAR: Manejo Adaptativo na Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil
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