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Avanço da maré preocupa pesquisadores

10/08/2013 - Projeto Tamar da Praia do Forte/BA e colônia de pescadores sofrem com o vai e vem do mar. ↓

Avanço da maré preocupa pesquisadores

Maré bate forte no muro do Tamar

Nos últimos meses de junho e julho/2013, ocorreu na Praia do Forte e áreas vizinhas marés de grande porte associadas aos ventos e ondas de inverno. A primeira consequência foi a supressão de boa parte da areia da praia por alguns dias, encurtando a distância até o mar e formando um buraco próximo ao muro. Depois, a natureza devolveu a areia para o mesmo lugar. Protegidos pelo muro, as estruturas do Tamar e dos prédios da década de 30, que estão na área da Marinha do Brasil e abrigavam a equipe do antigo farol Garcia D’ Ávila, nada sofreram. Já a colônia de pescadores, que fica em uma casa ao lado do Centro de Visitantes do Projeto, não teve a mesma sorte. O mar retirou a areia por baixo da casa, derrubando a varanda e deixando-a parcialmente suspensa no ar, inviabilizando a utilização do frigorífico. Funcionários da prefeitura com apoio do Tamar já estão no local para recuperar a estrutura, que pode desabar a qualquer momento.

Atenção redobrada com os ninhos - Umas das preocupações dos pesquisadores é que a força da água pode soterrar ninhos, arrastar e destruir ovos, impedindo o nascimento dos filhotes. Em 2011, um dos efeitos desse avanço da maré sobre a sede do Tamar foi a destruição do muro que protege a base de pesquisae há um cercado de incubação que recebe ninhos expostos aos perigos da força da natureza e da ação do homem. A antiga casa do faroleiro, onde estáa loja do Projeto, ficava a mais de 60 metros do mar. Hoje, o mar bate no muroe molha as janelas.

Segundo o coordenador nacional do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi, quando chegaram à Praia do Forte há mais de 30 anos, presenciaram uma maré desse tipo. As ondas derrubaram parte da casa onde moravam, ferindo um dos moradores. Testemunharam duas casas sendo levadas pelo mar sem nada poderem fazer. O muro que havia sido construído em 1996 pela Conder e o Ibama, foi fortificado e finalizado em 2012. "Sem a estrutura, toda a área da base de pesquisa estaria comprometida, e com a invasão do mar dessa vez, teria ruído", conta o pesquisador.Durante o período em que os banhistas ficaram sem acesso à passagem pela praia por conta dessa invasão do mar, as pessoas puderam transitar por uma alameda paralela à praia, garantindo a segurança.

Projeto Tamar - Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias, através de 22 bases de pesquisa mantidas em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso de tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

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