13/12/2011 - Foi uma oportunidade de compartilhar experiências e atualizar as diretrizes e abordagens metodológicas aplicadas em estudos e conservação das tartarugas marinhas. ↓
A VI Reunião e a V Jornada de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental - Rede ASO foram realizadas em novembro (27 a 30), em Florianópolis/SC, organizadas pelo Projeto Tamar, em especial pela equipe da base catarinense. Participaram mais de 200 especialistas e estudantes de biologia, veterinária, oceanografia e áreas afins, dos três países que integram a Rede (Brasil, Argentina e Uruguai), mais alguns convidados de outras regiões (Espanha, Costa Rica e Estados Unidos).
As atividades aconteceram no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o encontro foi na base do Tamar, em Barra da Lagoa. A próxima reunião da Rede ASO, que se realiza a cada dois anos, será no Uruguai, em 2013, sob a coordenação de Andrés Domingo, do Centro de Investigação e Conservação Marinha (Cicmar).
Segundo o presidente da reunião, oceanógrafo Gilberto Sales, os objetivos foram plenamente alcançados, especialmente no que se refere ao compartilhamento de experiências e a atualização das diretrizes e abordagens metodológicas aplicadas em estudos e conservação das tartarugas marinhas na região.
Conclusões e recomendações - A jornada, que é a parte aberta da reunião, foi realizada nos dias 27 e 28, e contou com 54 trabalhos científicos, entre painéis, apresentações orais e mesas-redondas. O Dr. Jack Frazier abordou o conceito, dilemas e estratégias de conservação, e a coordenadora técnica nacional do Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, apresentou os resultados dos 30 anos de trabalho do Projeto.
Na reunião da Rede ASO propriamente dita (dias 29 e 30), contando apenas com a participação dos seus membros, houve simultaneamente quatro workshops temáticos: pesca e captura incidental; veterinária; educação ambiental; e o corredor azul, que reúne esforços individuais e conjuntos dos três países da Rede direcionados à conservação da Chelonia mydas. Os grupos foram coordenados, respectivamente, pelos brasileiros Bruno Giffoni, Cecília Baptistotte e Valéria Rocha, e pelo uruguaio Alejandro Fallabrino.
Aconteceram também as palestras da veterinária Mariluz Parga, da Espanha, sobre o manejo de tartarugas capturadas em barcos de pesca; e da pesquisadora espanhola Sandra Andraka, que trabalha na Costa Rica, sobre a rede de conservação de tartarugas marinhas formada por nove países, no leste do Oceano Pacífico.
Em reunião plenária, realizada no ultimo dia (30), com todos os participantes da Rede ASO, foram apresentados os resultados dos workshops, com as conclusões e recomendações de trabalho de cada um para os próximos dois anos. Uma delas é iniciar um trabalho conjunto com Dermochelys coriacea, a exemplo do que já acontece com a Chelonia mydas.
O que é e o que faz a Rede ASO?
O Atlântico Sul Ocidental (ASO), região compreendida por Brasil, Uruguai e Argentina, é utilizada por cinco das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, todas ameaçadas de extinção: Caretta caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea, Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea utilizam o Atlântico Sul Ocidental como área de alimentação, desenvolvimento e corredor migratório.
Pelo fato dos três países que compõem o ASO apresentarem algumas características comuns com relação aos usos do habitat pelas tartarugas marinhas e os impactos que estes animais sofrem, o Projeto Tartarugas Marinhas do Uruguai – Karumbé propôs aos pesquisadores destes três países a formação de uma rede, criada em 2003, com os seguintes objetivos:
• Divulgar informação científica sobre a biologia, conservação e reabilitação das tartarugas marinhas, assim como padronizar metodologias de trabalho e protocolos científicos entre as diversas organizações que trabalham na área, para melhorar as práticas de manejo e pesquisa e a capacidade comparativa entre os estudos;
• Consolidar programas realizados por cada organização no ASO e organizar ações conjuntas que ampliem os esforços e os resultados, fortalecendo a integração e a colaboração entre pesquisadores e instituições de cada país;
• Formular ações de caráter regional que sejam necessárias para a conservação das tartarugas marinhas, e um mecanismo de coordenação para sua implementação, de maneira que complementem as ações já desenvolvidas individualmente pelos atores na região.
• Desenvolver e propor estratégias para o setor pesqueiro, o qual está relacionado aos três países, com o objetivo de diminuir a captura incidental de tartarugas marinhas sem desvantagens a pesca, ou mesmo com o aumento da produtividade e rentabilidade da atividade pesqueira.
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