14/10/2011 - A espécie é considerada como criticamente em perigo de extinção e está exposta a vários riscos; situação preocupante, alertam os pesquisadores. ↓
O litoral norte do Espírito Santo, próximo à foz do rio Doce, é a única área com concentração regular de desovas da tartaruga gigante ou de couro (Dermochelys coriacea) no Brasil. Apenas 5 a 15 fêmeas desovam anualmente na região. Isso é preocupante, adverte o coordenador regional do Tamar no Espírito Santo, oceanógrafo Joca Thomé.
Essa espécie, considerada como criticamente em perigo de extinção, está exposta a sérios riscos, como ressalta Thomé: pescarias costeiras e oceânicas matam centenas de adultos todos os anos, em diversas regiões do Atlântico Sul, por onde circulam; e as praias de desova estão sob forte pressão para implantação de empreendimentos industriais.
Trajetória nos mares - Recentemente, três fêmeas de tartarugas gigantes foram monitoradas através de telemetria por satélite, com o uso de transmissores instalados na área de desova no Espírito Santo. Uma delas morreu um mês depois, capturada em uma rede de pesca do robalo, na foz do rio Doce (antes disto, a fêmea se deslocou por uma extensa área, entre os municípios de Anchieta e Conceição da Barra, numa extensão de mais de 300 quilômetros, em cerca de dez dias).
As outras duas se deslocaram para a foz do rio da Prata, entre o Uruguai e a Argentina, voltando após alguns meses para a costa sudeste do Brasil. Uma delas teve as transmissões interrompidas após retornar ao litoral do Rio de Janeiro. A outra migrou da costa sudeste do Brasil para a África, cruzando o Atlântico, e parou de transmitir a cerca de 300 quilômetros da costa de Angola. Fêmeas marcadas na África, principalmente no Gabão, têm sido encontradas mortas na costa do Brasil, o que ilustra a importância de esforços internacionais para a conservação desta espécie.
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