26/08/2011 - Em três anos de trabalho, as armadilhas registraram imagens inéditas dos mamíferos e aves de rapina que se destacam entre os principais predadores. ↓
Depois de constatar um alto nível de predação de ninhos de tartarugas marinhas na área monitorada pela base Pipa, no Rio Grande do Norte, o Projeto Tamar instalou armadilhas fotográficas para identificar os potenciais agressores. Em três anos de trabalho, as armadilhas registraram imagens inéditas dos mamíferos e aves de rapina que se destacam entre os principais predadores.
Segundo o biólogo Armando J. B. Santos, coordenador regional do Tamar em Pernambuco e Rio Grande do Norte, as armadilhas são um método eficaz para análise do comportamento de espécies predadoras, permitindo avaliações detalhadas sobre a situação nessa região. A base monitora 6km de praias localizadas dentro do Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno, área militar localizada perto da capital, Natal.
No levantamento por imagem realizado até agora foram registradas duas espécies de mamíferos predadores: raposa (Cerdocyon thous), com 242 ocorrências, e tatu-peba (Euphractus sexcinctus), com 31 episódios. O tatu-peba aparece antes da raposa. Por ser um animal adaptado à vida subterrânea, encontra mais facilidade de escavar a areia em busca dos ovos. Depois da sua visita, a ação da raposa é facilitada.
As fotos também registraram o comportamento de uma ave de rapina, o carcará (Polyborus plancus): após a escavação dos ninhos por predadores noturnos, ela aparece de manhã, entrando nas covas abertas dos ninhos em busca dos restos espalhados pelo tatu e pela raposa.
A identificação de predadores de ninhos de tartarugas marinhas é feita geralmente a partir de evidências físicas, como pegadas e marca de dentes nas cascas dos ovos. Mas esses dados não oferecem informações confiáveis, nem registram o comportamento e o padrão temporal dos predadores. A armadilha fotográfica reflete a realidade e fornece informações detalhadas dos eventos, alguns jamais observados antes.
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