O hábito de consumir carne e ovos de tartarugas marinhas é muito antigo na história da humanidade. No Brasil, até a década de 80, era o comum nas comunidades litorâneas matar tartarugas marinhas para consumo da carne além da coleta de ovos para comer ou vender como tira-gosto em bares praieiros; as fêmeas adultas que subiam as praias para desovar foram sempre as mais caçadas para esta finalidade por serem lentas em seu deslocamento na areia. Tartarugas eram abatidas também para utilização das carapaças na fabricação de armações de óculos, pentes e enfeites como pulseiras, anéis e colares, além de ornamentar objetos diversos como canivetes, navalhas, talheres, porta joias e outros.
Com o crescimento das populações humanas nas regiões costeiras, estes hábitos se tornaram insustentáveis, levando ao declínio das populações de tartarugas marinhas por impactar as espécies na etapa mais vulnerável de seu ciclo de vida! Quando o Tamar lançou ao mar a primeira ninhada nascida sob sua proteção, havia praticamente uma geração de crianças e jovens das comunidades litorâneas que nunca tinham visto um filhote de tartaruga!
Com as atividades de proteção, sensibilização e envolvimento das comunidades costeiras realizadas pela Fundação Projeto Tamar nas áreas prioritárias de desova ao longo de décadas, estas práticas predatórias se tornaram muito raras no país.