De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a idade adulta! Mesmo com chances tão reduzidas, as tartarugas marinhas têm sobrevivido assim por milhões de anos, “compensando” a intensa predação com uma grande produtividade de ovos e filhotes!
Os primeiros predadores naturais no ciclo de vida das tartarugas marinhas são raposas (cachorros do mato), guaxinins (mão pelada) e lagartos (teiús) que escavam os ninhos e comem os ovos.
Ao nascerem, os filhotes se tornam vulneráveis à predação por caranguejos, aves marinhas e uma grande variedade de espécies de peixes marinhos. Quando juvenis, são predadas principalmente por tubarões, mas também por outros peixes predadores de grande porte como os meros.
Quando em fase adulta, as tartarugas marinhas não enfrentam altas taxas de predação, a não ser pelo ataque ocasional de tubarões, orcas, e em alguns outros países também são atacadas por crocodilos. Durante a desova, na praia, a tartaruga com pouca agilidade torna-se lenta e indefesa, e fica exposta aos ataques de predadores terrestres como as onças-pintadas!
A predação por si só não representa perigo de extinção para as espécies. Pode se tornar uma ameaça quando seus níveis são aumentados pela interferência do homem no habitat dos predadores. A redução de florestas em áreas de desova pode levar predadores como raposas a buscarem ovos e filhotes de tartarugas como alternativa de alimento, prejudicando a recuperação destas espécies!
A introdução de espécies exóticas (invasoras) também é um sério problema que pode inserir a predação em locais onde antes não havia este perigo. É o caso de lagartos (teiús) que foram introduzidos na Ilha de Fernando de Noronha e hoje predam ovos de tartarugas verdes (Chelonia mydas). Outro caso muito comum é a predação de filhotes de tartarugas marinhas por ratos introduzidos em ilhas oceânicas em várias partes do mundo.
As mudanças climáticas são transformações de grande magnitude que ameaçam as tartarugas marinhas promovendo alterações na disponibilidade de recursos alimentares, interferências em correntes marinhas e rotas migratórias e até mesmo mudanças na razão sexual dos filhotes (quantidade de filhotes machos em relação ao número de fêmeas). Ao longo da evolução, as tartarugas já sobreviveram naturalmente a diversos eventos climáticos, porém, estas mudanças nunca aconteceram de forma tão rápida quando vem ocorrendo nos dias de hoje, em consequência das ações humanas sobre o planeta!